terça-feira, 11 de maio de 2010

Aprendendo a conviver com o desconhecido: As limitações de um bebe alergico.....

Uma das sensações que mais abalam o ser humano, e sobretudo uma mãe, é a incerteza das coisas.Fazemos planos para nossa vida e as de nossos filhos achando que, estando sob controle, tudo sairá exatamente conforme o imaginado.


Entretanto, quando nos damos conta de que não há certezas nessa vida e que temos que nos adaptar a uma realidade desconhecida é como se tivéssemos comprado uma passagem de avião para um destino minuciosamente escolhido com antecedência e de repente,num pouso forçado,desembarcamos num lugar totalmente desconhecido,onde a maioria das pessoas não falam a sua língua e você não tem a menor idéia de que dialeto é aquele e para entender e se fazer entender terá que percorrer um longo caminho.

Ás vezes é essa sensação que tenho: Onde estou,Meus Deus! Como vim parar aqui? Hã,caseinato do que?...

O mundo não está adaptado aos alérgicos e muitas pessoas acham que isso tudo é frescura,super proteção,mimo....

Quando se tem um bebê alérgico (entre outras tantas coisas que minha pequena tem) você começa a perceber que poucas são as coisas que você poderá oferecer á ele sem que façam algum mal...

Você se pega lendo todos os rótulos dos alimentos,enviando e-mail aos fabricantes, buscando ajuda no “Dr Google” e em mães que também sabem o quanto é difícil ter um bebê,uma criança,nessa condição.

E aí você percebe que nessa terra desconhecida há muitos patricios seus...

Muitas mãezinhas entendem sua língua e você não está sozinha.

Entretanto,a angústia permanece.

Quando temos um bebê, o esperado é que ele viva situações de saúde para crescer e

desenvolver-se dentro dos limites da normalidade, porém quando nos deparamos com uma realidade totalmente diferente da que nós gostaríamos que fosse, o medo,as aflições e a decepção são inevitáveis.

Ter um filho que requer cuidados especiais e constantes impõe modificações na nossa vida, na dele e na de toda família, exigindo readaptações e estratégias para lidar com o , até então, desconhecido.

Sua vida passa, então, a ser regida pela doença e tudo torna-se imprevisível.

Você também percebe que o bebê (pelo menos até crescer um pouco e começar a entender que há coisas mais saborosas do que o Neocate e a sopinha ralinha que toma) se adapta melhor do que você, mãe, a essa situação e tem que se policiar constantemente para que suas ansiedades e frustrações não interfiram no tratamento do pequeno,pois a vontade de vê-la lambuzar-se com um chocolate ou um picolé muitas vezes é tentadora,mas um simples biscoito poderá ser catastrófico....

E se para nós,mães, isso é tentador,imaginem para os amigos ou familiares que ,muitas vezes, não têm a noção exata da doença.

E aí passamos a nos isolar e deixamos de lado,por um (bom) tempo nossa vida social.

Passamos a não mais freqüentar festinhas e confraternizações com o medo de que alguém ofereça a seu pequeno algo proibido ou então para que não vejamos todas as crianças se deliciando com os petiscos e seu bebê berrando que também quer.

Muitas pessoas,ainda, nos vêm como uma “família estranha” ou de “outro mundo” e acham que coloco a ISADORA em uma bolha para que nada de ruim aconteça a ela, achando um exagero (desnecessário) toda essa precaução.

Outras,surtam com a gente e a qualquer espirro também se apavoram...são solidárias a nossa batalha!

Mas só nós mães enlouquecidas de bebês alérgicos sabemos o quanto é enlouquecedor toda essa rotina de cuidados e restrições.

Mas vamos seguindo em nossa caminhada,afinal o deserto é longo...

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